Devops: Os três Eureka!

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Eureka!” é um termo antigo conhecido por Arquimedes, poucas pessoas utilizam atualmente mas é uma boa expressão para mostrar como e quando tive três grandes mudanças na minha visão sobre DevOps.

Os três Eureka!

O primeiro “Eureka” sobre DevOps aconteceu entre 2009 e 2010, trabalhava numa empresa pública brasileira chamada EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Não lembro exatamente quem indicou ou onde li sobre a palestra de John Allspaw e Paul Hammond: 10 deploys per day. Eles trabalhavam no Flickr que até aqueles anos era dos grandes hypes na internet, eles tinham mais de 3 bilhões de fotos, 40 mil fotos publicadas por segundos e mais de 6 petabytes de storage. Era números que impressionaram na época, 10 deploys por dia ainda é superior ao que muitas organizações conseguem fazer nos dias de hoje.

Ao chegar na EBC fiquei responsável por reorganizar a área de TI, implantamos Agile na equipe de desenvolvimento e algumas coisas relacionadas a DevOps na equipe de operação de TI. Fizemos muitas coisas interessantes lá, conseguimos não só melhorar a produtividade e estabilidade dos sistemas mas fazer um grande salto tecnológico de toda organização. Digitalizamos os principais processos de produção e administração, implantamos uma infraestrutura de TI nova de rede e computadores, um novo portal de notícias.

#Devops … Claro que nem tudo que tentamos foi realizado com sucesso, tivemos alguns fracassos mas o saldo geral foi positivo.

Esse processo de transformação da EBC vivenciei até o fim de 2011. Passado a ressaca inicial (três meses depois) da saída, sentia uma frustração e me perguntava por que estava tão frustrado se tínhamos conseguimos resultados excelentes naquele período? Tentando encontrar algumas respostas, participei de um curso para Scrum Master ministrado pelo Manoel Pimentel, este curso teve duas coisas que aconteceram que lembro como se fosse ontem.

A primeira delas foi quando Manoel explicou um pouco sobre Management 3.0 como um framework para melhorar a produtividade das equipes me identifiquei totalmente, principalmente porque vi que eu era o Martie. Foi ali que tive o segundo “Eureka!” e entendi a importância da liderança de uma organização ser patrocinador da mudança, não importando quais práticas a serem adotadas para acelerar a produtividade da organização: Agile, Lean, DevOps, etc. Explico: a gerência (as lideranças) são importantes para acelerar a adoção de uma nova cultura, manter ou mesmo dificultar a adoção. Na EBC fiz muita coisa por instinto, posteriormente, entendi que muitas das coisas que fiz eram boas práticas recomendadas por Management 3.0, DevOps e Agile, mas também pratiquei alguns anti-patterns que prejudicaram as equipes e o andamento de seus projetos. Enfim, saí daquele curso decidido a contar um pouco sobre o processo da EBC, criei uma apresentação sobre a experiência da EBC com o título “Management 3.0: A vida pós-agilidade”.

Entre 2012 e 2013 me afastei um pouco de DevOps, estava num momento de reflexão sobre a carreira e estava aprendendo um mundo universo: Web Performance e Segurança na Nuvem. Era consultor técnico (Pré-Sales) de um integrador da Akamai chamada Exceda, no tempo que trabalhei lá vi que não importava se eram organizações grandes ou pequenas, públicas ou privadas. Havia um padrão de como era aplicado DevOps de forma equivocada, consolidei alguns bons exemplos de como não aplicar numa apresentação chamada “DevOps Anti-Patterns”.

Um exemplo interessante de anti-patterns era uma empresa adotava “DevOps” e “Agile” mas os deploys eram agendados para sexta a noite. As equipes gostavam de virar a sexta noite no escritório fazendo deploy porque ganhavam pizza na faixa. Minha primeira reação foi ter ficado chocado com o relato, em seguida tentei argumentar que aquilo não era normal mas não consegui convencê-los do contrário porque já estava no subconsciente deles (Cultura)

Uma outra situação de anti-pattern que vi ocorrer em muitas empresas era que as equipes até conseguiam implantar algumas ferramentas muito usadas em organização que tem DevOps implantado, mas não conseguiam usar todo o potencial das ferramentas porque os processos eram confusos e havia pouco espaço de propor mudanças culturais. Então, se reproduzia os mesmos vícios mas num serviço/sistema novo.

O terceiro eureka veio ao fazer o curso do John Willis pela EDX - “Introduction to DevOps: Transforming and Improving Operations”. Este curso tinha ementa baseado no The Three Way de Gene Kim como mindset de implantação de DevOps numa organização. Ele abriu a minha cabeça para entender o quanto é importante estar alinhado a TI com negócio, como também a liderança das organizações são importantes para implantação da cultura DevOps seja bem sucedida. Também deixou evidente como a influência de Taylor, Ford, Toyota, Lean, Agile e muitos são importantes referências para DevOps.

Acredito que a cultura DevOps é o caminho mais curto para organizações tradicionais façam o movimento para se tornarem digitais (a tal da transformação digital), como também uma maneira de acelerar o as empresas já nascidas digitalmente.

E para você? Como foi ou está sendo?

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